
COLEÇÃO
A coleção Miguel Pires, depositado no Centro Paleontológico Nery Delgado (Vales de Cima, Torres Novas), conta com aproximadamente 1700 fósseis catalogados. Adicionalmente, inclui ainda um conjunto de materiais não catalogados, que resultam de pesquisas recentes e terão de ser primeiramente catalogados, analisados e estudados. Este acervo está dividido em quatro subcoleções: a Coleção Miguel Pires (siglas CMP-SP), estudada pela investigadora Sofia Pereira no âmbito do seu doutoramento , que inclui 392 espécimes. A Coleção Miguel Pires Recolha (CMP-R), com 708 espécimes, a Coleção Miguel Pires Adquirida (CMP-A), com 500 espécimes, que inclui materiais adquiridos em feiras e/ou em deslocações a outros países. E a Coleção Miguel Pires Oferecida (CMP-O), com 100 espécimes, composta por materiais oferecidos ao colecionador.
Em termos de idade (Período), a representação de materiais do Câmbrico na coleção é muito reduzida e restrita a escassos espécimes de Vila Boim (Elvas), por isso negligenciável. O Ordovícico é o Período (Sistema) mais representado, com 68% dos espécimes, provenientes sobretudo dos sinclinais de Amêndoa-Carvoeiro e Buçaco e do anticlinal de Valongo. O Silúrico representa 6% dos materiais, provenientes do sinclinal de Amêndoa-Carvoeiro. Os materiais do Devónico são um pouco mais abundantes, correspondendo a 12%, recolhidos nos sinclinais de Amêndoa-Carvoeiro e Portalegre. O Sistema Carbónico está representado em território nacional por unidades continentais e unidades marinhas, aqui distinguidos: o Carbónico continental perfaz 3% dos materiais, provenientes da Bacia do Buçaco. Já o Carbónico marinho está representado por 6% dos espécimes, provenientes do Algarve (Terreno Sul-Português). Deste modo, o Paleozoico perfaz 95% dos materiais que constituem as coleções Miguel Pires, sendo tema sobre o qual o colecionador se tem debruçado quase exclusivamente
A totalidade das coleções Miguel Pires inclui espécimes representativos de diversos grupos biológicos que estão organizados por idade (cronostratigrafia) e proveniência (jazidas e região). Em termos de representação de grupos biológicos nos materiais das quatro subcolecções, 92% dos espécimes corresponde a invertebrados, 5% a vertebrados e 3% a vegetais. De entre os invertebrados representados, o grupo da trilobite é claramente o mais abundante, espelho da dedicação particular a esta ordem, correspondendo a 80% dos espécimes. Seguem-se os equinodermes, que representam 4% das coleções (2% os paleozoicos e 2% os meso-cenozoicos), seguidos das amonites (2%), braquiópodes (2%), gastrópodes 2%, plumulitídeos (0,5%), cornulitídeos (0,5%), briozoários (0,5%) e ostra-codos (0,5%).