
Trabalhos Científicos
O reconhecimento da coleção no circuito científico
A evolução do conhecimento e vivências do autor foram permitindo a redefinição dos critérios da coleção e, mais importante, a contribuição progressiva da sua atuação para incrementar o conhecimento científico. As primeiras contribuições científicas da Coleção Miguel Pires foram feitas no âmbito da tese de doutoramento de Sofia Pereira, a investigadora com quem o mentor do CPND mais diretamente trabalhou desde 2011. Numa colaboração quase "on demand", este foi prospetando espécies por busca e/ou determinada unidade litoestratigráfica que, num dado momento, fossem necessários à investigadora para o trabalho que a mesma estava a desenvolver. Após o término da tese, continuou a trabalhar ativamente com uma equipa de investigadores, detalhando não só problemáticas em estudo pela equipa, mas também criando as suas próprias linhas de investigação. Neste sentido, a colaboração do autor permitiu a descoberta de novas espécies e primeiros registos quer de espécies, quer de géneros, em Portugal (e.g. Caprichoso et al., 2021; Colmenar et al., 2017; Pereira et al., 2015, 2017), desde evidências de instintos de defesa em trilobites (Pereira et al., 2015), ao avanço do conhecimento da passagem Dobrotiviano/Berouniano na Zona Centro-Ibérica portuguesa (Pires et al., 2017) e ao reconhecimento da sequência litoestratigráfica do Ordovícico do Sinclinal de Portalegre (Pires et al., 2018), incluindo a deteção da problemática "janela ordovícica" no Devónico desta estrutura (Pires et al., 2021). Os últimos dez anos de colaboração científica do autor e a transformação da estratégia de recolha, conduziram ao crescimento do interesse científico da Coleção Miguel Pires que, neste momento, alberga um conjunto de ocorrências únicas no país, como são exemplo várias espécies de trilobites do Câmbrico, Ordovícico e Devónico portugueses, os fósseis do Ordovícico e do Carbónico de Águeda (Pereira et al., 2021; Pereira & Correia, 2025), ou a associação fossilífera da "janela ordovícica de Portalegre" (Pires et al., 2021), que inclui um novo braquiópode inarticulado.
A coleção inclui o material-tipo de uma dezena de espécies de trilobites definidas em Portugal, incluindo os holótipos de Cekovia piresi, Primaspis romanoi e Dalmanitina rabanoae. É ainda a única coleção que, para além da do Museu Geológico de Portugal, inclui exemplares de várias ocorrências carismáticas nacionais, como a jazida da Vinha da Leira Má (Buçaco) ou a Fauna de Hirnantia de Portugal.
Conheça e consulte aqui os trabalhos científicos que incluem materiais depositados na Coleção Miguel Pires.